O Crash da Bolsa, também conhecido como a Grande Depressão, foi um colapso financeiro ocorrido em outubro de 1929, na Bolsa de Nova York. Este evento histórico foi resultado de uma grande especulação imobiliária no mercado financeiro americano, impulsionada pela ideia de enriquecimento rápido que foi propagada durante a década de 1920. Com isso, muitos investidores se endividaram para comprar ações e terrenos com a expectativa de vendê-los a preços mais elevados e obter muito lucro.

No entanto, a superprodução de bens e serviços não conseguiu ser absorvida pelo mercado, fazendo com que as empresas americanas entrassem em crise e muitas falissem. Diante deste cenário, os investidores começaram a se desfazer de suas ações, levando ao colapso da Bolsa de Nova York e ao início da Grande Depressão.

O impacto econômico do Crash da Bolsa foi devastador em todo o mundo, inclusive em Portugal. O país, então governado por António de Oliveira Salazar, havia se recuperado recentemente da crise econômica de 1920 e seguia um modelo de economia autárquica, baseada na produção e no consumo interno. No entanto, a economia portuguesa era muito dependente das exportações para o mercado americano, especialmente de produtos como cortiça, azeite e vinho.

Com a crise americana, o comércio internacional foi afetado, as exportações diminuíram drasticamente e a taxa de desemprego em Portugal aumentou. Além disso, a falta de crédito para investimentos e a desvalorização da moeda portuguesa agravaram ainda mais a crise econômica. O governo de Salazar adotou medidas duras para enfrentar a crise, incluindo a desvalorização da moeda e a redução de salários e benefícios sociais.

A crise econômica em Portugal durou até meados da década de 1930. Mesmo após o início da Segunda Guerra Mundial, o país ainda sofria as consequências do Crash da Bolsa e continuava a enfrentar dificuldades econômicas. No entanto, a economia portuguesa conseguiu se estabilizar a partir da década de 1940, com o surgimento de novos setores produtivos e o aumento da demanda por produtos portugueses no mercado internacional.

Em conclusão, o Crash da Bolsa foi um dos episódios mais marcantes da história da economia mundial, com consequências significativas para a economia de diversos países, incluindo Portugal. Este evento demonstrou a importância de se adotar uma política econômica responsável e de se investir em diferentes setores produtivos para evitar a dependência de um único mercado.